segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O amor

Os outonos já não são iguais. As manhãs que orvalham a terra são mais frescas, mais calmas. Apesar de ser tarde. As sementes há muito que desabrocharam e o milho restolha nos campos mornos. Do verde ao dourado foi um instante, um lapso de tempo. 
Tu ainda dormes. A tua respiração contínua abranda uma dor que em mim fica todos os fins de tarde, quando o dia morre. 
Bebo um café apressadamente, pois os teus braços chamam-me. Ris-me com o olhar. Falas-me com o sorriso que ainda não dás. Mas que eu vejo. Ou sonho. 
Há um silêncio que nos fere. Digo-te palavras que não entendes e olhas-me de soslaio, como se eu fosse louca. E sou. De tanto te amar!

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